Dissertações e Observações

Wednesday, 25 November 2015

A maior riqueza de um país



(11 de Novembro de 2015)
Hoje de manhã abri o Facebook e só me apetecia ver clipes sobre Portugal: Raul Solnado; as ondas gigantes da Nazaré; uma portuguesa distinguida com prémios por avanços tecnológicos ligados à Medicina; como as linhas de Torres Vedras resistiram às tropas de Napoleão... etc.
Mas por quê toda esta atração por um Portugal mais digno? Será que ainda vou poder fazer alguma coisa boa por Portugal? Há muitos anos atrás eu tinha a sensação de que um dia eu voltaria para "salvar Lisboa"? (Não quero ser presunçoso mas sentia algo positivo nesse aspeto).
Ou será que é nostalgia, de aonde? Não me vou preocupar com isso mas é um facto real. Gostaria de ver Portugal de cabeça erguida. Talvez seja um povo que se achou inferior ou mais humilde nesse caso os vales serão preenchidos e as montanhas serão niveladas.
Eu gosto do povo português, gostaria de ver o povo de cabeça erguida mas não posso fazer nada se Deus não o fizer por mim. É tão simples como isso. No entanto constato o facto de que ainda sou atraído por esse desejo.
Já Angola, que foi onde nasci e fui criado, tenho raiva àqueles palermas que não dão uma prà caixa. Agora estão transformando a luta do Luaty Beirão numa luta política. A queda do presidente vigente...  como se isso fosse resolver os problemas dos pobres e ignorados por todos os governos. Não me pareceu que o Luaty tinha tanto a intenção de derrubar o governo, não é essa a luta dele, mas sim um desejo de ver os pobres alimentados, cuidados, ver saneamento público, serviço médico, segurança e uma vida digna de ser vivida. Essa luta pela democracia e pela liberdade causa também um aumento do mal: aumenta o crime, aumenta a insegurança e algumas pessoas ficam com mais liberdade para oprimir os restantes, há corrupção mais descarada.
Aqueles angolanos não perceberam que é bom ter um país onde não há crime e que o povo, os pobres e ignorados, recebam a atenção que precisam. A riqueza de um país é o povo, não o petróleo. Se investirem no povo investem na verdadeira riqueza que a longo prazo transforma um país. Quem me dera que as pessoas vissem isso.
Querer derrubar um governo é uma distração da verdadeira luta. Lutar para melhorar a dignidade e as condições de vida do povo desprezado é a verdadeira luta a empreender. Lutar para derrubar um governo causa mais ódios e violência e sofrimento desnecessário e os pobres são sempre os que perdem.
Um governo diferente não resolve nada, um povo diferente sim. Quando é que as pessoas aprendem que ao focarem no povo, nas necessidades de saneamento, limpeza, boa educação, cuidados médicos, etc. as coisas mudam para aquilo que gostamos de ver em qualquer país.
Vemos exemplos de prosperidade, educação e respeito pelos outros em certos países e todos se levantam e dizem, "estão a ver é isso que gostaríamos que acontecesse aqui, mas não acontece por causa deste governo que temos." Que tolice não foi o governo desses países que causou essa prosperidade, foram anos de interesse pela dignidade humana da parte de todos que mudaram o país para o que é agora.
Deveríamos ver mais vídeos da realidade da vida dos pobres no interior de Angola, nas grandes cidades, nos hospitais, nas escolas, nas casas e nas famílias. Só assim poderá haver uma viragem de interesses e de metas que irá a longo prazo mudar o país e torná-lo no lugar que todos gostaríamos que fosse.
Pronto essa é a minha luta por Angola e eu desprezo aquele orgulho de ostentação e de fachada de grandes prédios, lindos jardins à beira-mar, mansões na praia, etc, Isso é lindo, mas não à custa de uma pobreza e sofrimento abjetos na vida da maior parte. Deixa primeiro cuidar do interior e logo o exterior se renova também.
PS: (Mais tarde:) Eu nem tinha reparado que quando escrevi isto, dia 11 de Novembro, celebrava-se o dia da independência de Angola, e não só isso, mas era o 40º ano da independência de Angola o que representa uma data muito especial – 40 anos é um número muito importante.

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