Dedicado a todos os amantes da verdade e da simplicidade (originalmente publicado em 9 de Agosto de 2012 em: https://aguasv.blogspot.com/2012/08/a-cidade-da-verdade.html)
Era uma vez um gajo
Que era o que era
Morava onde morava
Fazia o que fazia
E gostava de quem ele gostava
E vivia em paz com todos
Que queriam ser o que eram
De morar onde moravam
De fazer o que faziam
E de gostar de quem gostavam.
Estes eram felizes
E davam graças a Deus
Por serem o que eram
Por morarem onde moravam
Por fazerem o que faziam
E por gostarem de quem gostavam.
Até que no meio apareceu um estranho
Que parecia ser o que não era
Morar onde não morava
Fazer o que não fazia
E gostar de quem ele não gostava.
O coitado era o único infeliz,
Andando ali tímido e amedrontado.
Os cidadãos do lugar reuniram-se então
Para discutir essa tão desditada sina.
Chamaram-no pró meio e perguntaram-lhe:
Quem és tu?
Onde moras?
O que é que fazes?
De quem é que tu gostas?
Diante de perguntas tão diretas
Ele teve que responder:
Eu não sei o que sou
Não sei onde eu moro
Não sei o que eu faço
E não sei de quem eu gosto.
Os cidadãos responderam-lhe
Olha, tu és o que és
Moras onde moras
Fazes o que fazes
E gostas de quem tu gostas.
Diante de tão sinceras verdades
E de tão sinceros amigos
O estranho se entregou à liberdade
De ser o que era
Morar onde morava
Fazer o que fazia
E gostar de quem ele gostava.
E assim foi e assim aconteceu
Na Cidade da Simplicidade
Onde havia também abundâcia de paz
E tanto cresceu essa cidade
E tantos se juntaram a ela
Que a verdade cobriu a Terra
Como as águas cobrem os mares.
E tudo começou com um gajo
Que resolveu ser o que era
Que resolveu ser o que era
Morar onde morava
Fazer o que fazia
E gostar de quem ele gostava
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